Empatia é a capacidade de se identificar com outra pessoa.
A Bíblia ensina que devemos amar uns aos outros. Também ouvimos o tempo todo na igreja como é importante vivermos em comunhão com as pessoas e amá-las como Jesus nos amou. O problema é que praticar, de verdade, esse amor é mais difícil do que queremos e, às vezes, não sabemos bem por onde começar. Você se identifica com isso? Como tem sido para você demonstrar o amor inclusive em situações de divergências com as outras pessoas?
Para te ajudar a ser cada vez mais intencional no relacionamento com as pessoas compartilhamos a seguir alguns insights que podem ser úteis em seu dia-a-dia.
Falar de amor é tão complexo quanto falar de vida e felicidade: não dá para definir com precisão em palavras – a melhor forma de entendê-los é vivenciando. Mas podemos aguçar o olhar e observar quais aspectos estão presentes enquanto ele acontece. Um desses aspectos é de extremo valor e pode ser desenvolvido por você em todos os seus relacionamentos. Estamos falando de Empatia.
O que é empatia?
Empatia é a capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de compreender o que ela quer e o porquê quer, e de compreender como ela interage com a vida a partir dos pressupostos dela.
Você sabia que nós já nascemos com certo grau de empatia? A neurociência já comprovou isso e nós cristãos sabemos que é uma característica humana natural dada por Deus. Ela é muito importante em nossos relacionamentos porque nos ajuda a enxergar as pessoas como seres únicos criados por Deus.
Tem a ver com qualidades como apoio, confiança, conexão e compreensão – tudo o que precisamos para desenvolver relacionamentos saudáveis a partir do amor ao próximo, ensinado por Jesus. Ele disse claramente em seus ensinamentos “O meu mandamento é este: amem uns aos outros como eu amo vocês. Jo 15:12”. O ato de amar envolve nos colocar no lugar de outra pessoa, e acima de tudo, de compreender a situação da outra pessoa. O amor é uma decisão que precisamos ter todos os dias em nossos relacionamentos, e a empatia pode ser a chave para viabilizar e expressar esse amor.
Todavia a empatia pode ser comparada a um músculo que quando não é exercitado tem menos força no corpo. Se não é exercitada intencionalmente todos os dias, ela tende a perder força ou até “atrofiar”. Na correria da vida é comum as pessoas usarem a falta de tempo para justificar a desconexão e o desinteresse para com o próximo. A pressão por produtividade coloca em segundo (ou terceiro, quarto) plano a importância de considerar o outro como uma pessoa passível de amor e compaixão. O que importa é resultado! Já ouviu isso por aí?
Ok, mas ultrapassar as barreiras diárias em demonstrar empatia? Como ser compassivo com alguém mesmo quando a pessoa não facilita o relacionamento?
Aspectos da empatia: Necessidades e sentimentos
Podemos dizer que a empatia pode acontecer em direção a dois aspectos: as necessidades e os sentimentos das pessoas.
Necessidades
As pessoas têm necessidades diversas e de forma geral, elas são universais, ou seja, são intrínsecas a todos os seres humanos. Por exemplo, todas as pessoas têm em maior ou menor grau em determinado momento de segurança, pertencimento, clareza, equilíbrio, confiança, autenticidade, inclusão, intimidade, ordem, expressão etc.
Se você se mantiver focado apenas em suas próprias necessidades tenderá a ignorar as necessidades das outras pessoas. Por outro lado, se dedicar em compreender as necessidades das pessoas e como essas necessidades afetam aquela pessoa, levará você a se conectar com as motivações, desejos e reações dela.
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Sentimentos
Os sentimentos estão diretamente relacionados às necessidades. Quando sua necessidade não é atendida, a pessoa passa a ter uma reação interna que indica ou expressa seu desconforto ou frustração com o que está ou não acontecendo com ela. Por exemplo, sente tristeza, raiva, mágoa, solidão, ansiedade, impotência, exaustão etc. O contrário também é verdadeiro: quando uma necessidade é atendida, a pessoa sente alegria, alívio, satisfação, inspiração, paz, relaxamento, conforto, e por aí vai.
Agora vamos à prática. Como colocar tudo isso em ação? Veja a seguir as 6 estratégias para despertar sua sensibilidade às necessidades e aos sentimentos de outras pessoas e a partir disso, exercitar a EMPATIA.
Estratégias para desenvolver empatia
Enquanto você lê, tenha em mente que cada estratégia deve ser praticada com perseverança e que quanto mais você pratica, mais natural fica e mais resultados tem. Você vai ver como seus relacionamentos poderão ser transformados. Não deixe de contar para nós como foi, ok? Vamos lá!
1. Coloque as lentes de Jesus
Precisamos iniciar com a base correta. Jesus é o nosso maior exemplo de empatia. Ele sendo Deus, tomou a forma de homem, para sentir o que sentimos, para viver como vivemos e entender o que entendemos a fim de pagar o preço do pecado que era destinado a nós. Ele é sensível aos sentimentos e as necessidades do outro. E mesmo sendo perfeito, não espera que o sejamos para nos amar. Quando observamos suas obras e ensinamentos, ele sempre considerou os sentimentos e as necessidades das pessoas com quem estava se relacionando.
Quando usamos as lentes de Jesus, vamos passando gradativamente a enxergar o Seu amor. Ao invés de um estranho, vemos um semelhante; ao invés de um inimigo, um possível amigo; ao invés de um opositor, alguém com características próprias e digno de ser respeitado e valorizado. Percebe como, se colocarmos as lentes de Jesus intencionalmente todos os dias, passaremos a ver as pessoas de modo diferente?
O apóstolo Paulo nos incentiva a sermos imitadores de Cristo. Sendo imitadores devemos nos esforçar para desenvolver habilidades que ele demostrou em seus encontros. Uma dessas habilidades é a empatia.
Estimule sua empatia a partir da perspectiva de Jesus:
- Se eu olhasse para as pessoas como Jesus as olha, como eu as olharia?
- Como Jesus reagiria nessa situação?
- Qual o olhar de Jesus para com esta pessoa que eu posso imitar?
- Qual será o sentimento desta pessoa que Jesus consideraria e eu não estou considerando?
- Que necessidades não estão sendo atendidas para esta pessoa e que eu sou capaz de suprir?
Uma boa dica para descobrir as respostas é ler os Evangelhos para conhecer mais sobre o Mestre Jesus e seus relacionamentos. “Assim como o Senhor perdoou vocês, perdoem uns aos outros.” Colossenses 3:13. Se nos dedicarmos em compreender os sentimentos e as necessidades de quem nos feriu e ofendeu, sem dúvida vamos considerar mais fácil perdoá-lo(a).
2. Observe ao invés de avaliar
Observar significa olhar para uma situação e extrair apenas os fatos, sem impor a própria opinião ou avaliação. Por exemplo, ao entrar numa sala você pode dizer: Nossa que barulho, essas pessoas não têm respeito! Ou você pode dizer: “Hum…tem várias pessoas falando alto!” Esta é a diferença entre “avaliação do fato” e “observação do fato”. E observar nos dá mais chances de sermos empáticos do que avaliar.
Para conseguir observar o outro é preciso ser capaz de observar a si mesmo. Partindo das perguntas da perspectiva de Jesus tente exercitar sua auto-observação comparando às atitudes dEle com as suas em seus relacionamentos.
É certo que para a maioria das pessoas é difícil fazer observações isentas de julgamento ou de análise de comportamento. Mas este é um desafio que merece ser vencido. Quando isso acontece, deixamos de lado o peso da crítica em cima de nós mesmos e da outra pessoa. E começamos a ser mais parecidos com Jesus Cristo.
Sempre que você estiver em uma situação que gere conflitos internos a ponto de você perceber que não está sendo empático com o outro ou consigo mesmo, pare um minuto. Você precisa se observar e extrair os fatos que fez você sentir ou agir dessa forma. Aos poucos você pode ser tornar um expert na observação.
3. Escute com compaixão
A escuta é um elemento central de todo relacionamento. Funciona como um alicerce, um fundamento. Como você conhece alguém? Escutando. Como você estabelece confiança? Escutando. As pessoas querem ser ouvidas. Você quer ser ouvido, não é mesmo?
Escutar de verdade não é uma tarefa fácil, boa parte das pessoas é péssima ouvinte. Elas estão acostumadas a interromper a fala da outra pessoa, dando conselhos baseados em suas percepções, fazendo comparações e às vezes até competindo pelo prêmio de quem tem a maior dor com a outra pessoa.
Mas é possível escutar com compaixão. A arte está em capturar o que a outra pessoa está dizendo sem colocar suas próprias conclusões Se você não tem esta habilidade, temos uma boa notícia: ela pode ser aprendida!
Veja passos simples para começar a exercitar:
- Interaja com curiosidade, como quem está interessado em descobrir algo novo que ainda não sabe.
- Dê atenção total para a pessoa. Quando estiver conversando, pare de fazer outras atividades (mesmo as mentais, como preocupações, planos para o dia, etc.), deixe o celular de lado e foque somente para a pessoa.
- Não se precipite nas conclusões. Às vezes achamos muito depressa que entendemos alguém, mas na verdade não estamos na mesma página. Espere a pessoa concluir e cheque se você realmente entendeu o que ela quis dizer.
- Esteja “presente” na conversa. Mantenha sua mente presente, sem ficar pensando no que você faria diferente ou gostaria de dizer. Não tem como ter empatia se você não busca entender o sentimento do outro. Quanto maior nível de presença na conversa, maior vai ser a possibilidade de a pessoa expor seus sentimentos e consequentemente mais fácil vai ficando de você entender esses sentimentos expressos por ela.
4. Identifique as necessidades e sentimentos
Uma vez que você tenha colocado as lentes de Jesus e observado as pessoas ao invés de avaliá-las, fica mais fácil identificar com objetividade e compaixão quais podem ser as necessidades e os sentimentos dela. E isso traz uma grande vantagem para você: sair do campo da reatividade ou da autodefesa ou do ataque e passar a abrir caminhos para a conexão e o relacionamento saudável.
Aqui está um exercício para você:
Na próxima interação que tiver com alguém, antes de simplesmente reagir responda para si mesmo:
- O que estou observando sobre esta pessoa? (Lembre-se de observar e não avaliar, ok?)
- Que sentimento estou reconhecendo nesta pessoa agora?
- Se for um sentimento mais “doce”, sensação positiva: Qual a necessidade desta pessoa provavelmente está sendo atendida e por isso está com este sentimento?
- Se for um sentimento mais “amargo”, sensação negativa: Qual a necessidade desta pessoa provavelmente não está sendo atendida e por isso está com este sentimento?
- Sou capaz de suprir esta necessidade?
5. Faça perguntas ao invés de afirmar
Depois de escutar, fazer perguntas é a habilidade mais importante na construção de um relacionamento empático. Bem usadas, as perguntas criam uma atitude de abertura, mesmo que não venha acompanhada de uma interrogação. Às vezes um silêncio e até um olhar funcionam como perguntas.
A chave aqui é parar de falar, de falar sobre si mesmo, de aconselhar, dar pitacos, julgar, dar soluções etc., para dar à pessoa o espaço de ser ela mesma e se expressar.
As perguntas podem ajudar as pessoas a se sentirem valorizadas, o que favorece a construção de confiança e a criar laços entre as pessoas. Crie um hábito de fazer perguntas.
Ah, uma dica: estamos falando de perguntas abertas ao relacionamento, ok? Não valem aquelas avaliativas, que chegam em tom de crítica porque simplesmente afastam ao invés de conectar.
A intenção aqui não é acertar e sim conectar com a pessoa, de demonstrar a presença empática, dando espaço para compreensão, foco no que está vivo naquele momento, no que ela está sentindo, quais as necessidades e no que é importante para ela.
6. Deixe o Espírito Santo operar a empatia e o amor em você
Por fim, a dica mais importante de todas. Nenhuma das 5 dicas acima serão possíveis se você tentar praticá-las por conta própria. Você não é capaz de gerar empatia por si mesmo, muito menos amar pelos próprios méritos. Como dissemos no início, foi Deus quem colocou em nós a capacidade de ter empatia e de amar. Ele é a origem do amor. Então, você não será capaz de sustentar por muito tempo as estratégias que compartilhamos aqui se não for por operação dEle! Deixe que Ele seja a sua fonte principal e peça que o Espírito Santo vá transformando seu coração dia a dia para que se torne cada vez mais parecido com Jesus. E pedidos como esse feitos com sinceridade, Ele não recusa!
Nossa oração é que você tenha uma vida plena em seus relacionamentos e em sua liderança, e que você transmita a verdade de Jesus nessas relações. Que você se aproprie da vida plena que Jesus nos trouxe: “Eu vim para que tenham vida, e vida completa” Jo 10.10b
Este artigo compõe uma série sobre Empatia, conjugada com nossas mídias sociais. Ao longo de um mês publicamos dicas, conceito, estratégias e passos para contribuir com o seu crescimento. Para conhecer os demais conteúdos que disponibilizamos, siga-nos no Instagram e procure os posts sobre Empatia.
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