Depois de um domingo abençoado, cheio de comunhão na igreja e mensagens que te consolam ou exortam, finalmente chega a segunda-feira. O dia mais temido entre os trabalhadores! Uma verdadeira quebra daquele clima espiritual do fim de semana. Começa mais uma semana de trabalho e a sensação é de que se inicia, também, mais um capítulo de um lado à parte da sua vida. Um lado que é quase…profano!
É muito comum que cristãos se sintam assim por um motivo simples: eles não entenderam o lugar do trabalho no Reino de Deus. Há uma ideia insistente por aí de que o trabalho sagrado e que agrada a Deus é somente aquele que é feito dentro da igreja. Ou, ainda, aquelas atividades que são de auxílio social, como médicos, psicólogos e assistentes sociais.
Mas essa separação simplória entre sagrado e profano parte de princípios equivocados. Acredite: o trabalho que você executa todos os dias fora da igreja pode ser sagrado, independente se você cura doenças ou grampeia documentos. É possível cooperar com o Reino de Deus por meio da sua ocupação, seja ela ouvir pessoas num consultório, vender carros ou cuidar da própria casa e dos filhos.
Sagrado x Profano
De forma simples e resumida podemos dizer que profano é tudo aquilo que não foi gerado em Deus e é deste mundo. Sagrado é tudo aquilo que foi gerado em Deus e reflete a natureza dEle. Segundo o Pr. Ed. René Kivitz, sagrado é “tudo aquilo que está alinhado com o caráter, os propósitos e os valores do Reino de Deus”.
E o que está totalmente alinhado com o caráter, os propósitos e os valores do Reino de Deus? Só o próprio Deus. Então, todo o resto todo é profano.
A questão é: algo profano pode se tornar sagrado?
Algo que nos dá dinheiro, que nos satisfaz e alimenta nossas necessidades, como o trabalho, pode ser considerado sagrado?
A resposta é sim. E vamos ver como isso acontece por meio da história de José.
José e o trabalho sagrado
José era o filho da velhice de Jacó e também o preferido. Justamente por isso despertava ciúme nos irmãos, que armaram contra ele e o venderam como escravo para uma terra distante: o Egito. Imagine a difícil situação de José numa terra desconhecida, que não servia a Deus, cheia de ídolos. Esse é um ambiente que poderíamos chamar de profano, certo?
Pois é exatamente nesse ambiente que José vai prosperar, debaixo da graça de Deus. Ele é colocado para servir na casa de Potifar, um chefe do Exército, e lá ele ganha a admiração do seu empregador, que confia tudo a ele. Veja o trecho de Gênesis 39: 1-6:
“1- E José foi levado ao Egito, e Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda, homem egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá.
2 – E o SENHOR estava com José, e foi homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio.
3 – Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele, e tudo o que fazia o SENHOR prosperava em sua mão,
4 – José achou graça em seus olhos, e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha.
5 – E aconteceu que, desde que o pusera sobre a sua casa e sobre tudo o que tinha, o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção do Senhor foi sobre tudo o que tinha, na casa e no campo.
6 – E deixou tudo o que tinha na mão de José, de maneira que nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia. E José era formoso de porte, e de semblante”.
Como José conseguiu prosperar no trabalho em um ambiente profano como o Egito? A resposta está na motivação de José. Ele não trabalhava para agradar a Potifar, nem a nenhum de seus superiores. Ele não trabalhava nem mesmo por si próprio. José servia a Deus por meio de sua ocupação e é, por isso, que o Senhor estava sempre com ele.
Para quem você trabalha?
Trabalho é tudo aquilo que você faz com a próprias mãos e que traz alguma contribuição para uma comunidade. Não importa qual sua profissão, ocupação, nem se o seu trabalho é dentro ou fora de casa: você sempre vai trabalhar para alguém. Embora existam muitos tipos de trabalhos, em geral, esse alguém para quem se trabalha será sempre um desses três:
- Um empregador;
- Você mesmo;
- Deus.
No primeiro caso, o coração do trabalhador está voltado para uma pessoa ou instituição. Seu único objetivo é agradar o chefe e contribuir para o crescimento daquela organização. Na segunda opção o trabalhador se esforça apenas para ter suas conquistas e reconhecimento. Ele trabalha por sua própria redenção e para provar seu valor.
Na última opção – a escolhida por José – o trabalhador faz tudo para Deus. Desde atender uma ligação, escrever um e-mail ou cuidar das plantas, tudo é para contribuir com o Reino de Deus. Esse é o resgate do verdadeiro significado do trabalho na Criação.
Quando Deus criou o ser humano deu a ele o trabalho de cuidar da terra para a construção do seu Reino. A lógica dos nossos trabalhos atuais deveria ser a mesma! O problema é que estamos distorcendo a fonte do trabalho e a motivação dele. Estamos alterando o “pra que” e o “pra quem” e deixando de cultivar o jardim de Deus para simplesmente batermos metas, nos realizarmos ou provarmos nosso valor.
Como tornar seu trabalho sagrado?
Há uma forma simples de você se auto-avaliar e saber se está cultivando o jardim de Deus. Olhe à sua volta e pergunte: se o Reino de Deus estivesse acontecendo aqui onde eu estou, como esse lugar seria? Lembre-se: você é um agente do Reino de Deus e é por meio de você que ele vai transformar os ambientes para a glória dele.
Você torna seu trabalho sagrado quando trabalha para Deus e faz as coisas do jeito de Deus. Não tem a ver com evangelizar seus colegas de trabalho, nem de falar sobre o evangelho a todos os clientes. Veja a história de José: ele não precisou pregar abertamente, pois Deus estava sempre com ele e isso era perceptível. Mais tarde, quando ele interpreta o sonho do Faraó, isso fica claro. Leia neste trecho de Gênesis 41: 39-41:
1 – Depois disse Faraó a José: Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão entendido e sábio como tu.
2 – Tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo, somente no trono eu serei maior que tu.
3 – Disse mais Faraó a José: Vês aqui te tenho posto sobre toda a terra do Egito.
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Há, ainda, outra consequência transformadora de tornar seu trabalho sagrado. É que ele passa a ser algo muito mais prazeroso!
Quando você trabalha para Deus e do jeito de Deus passa a encarar o ambiente e a relações com as pessoas de outra forma. Como agente do Reino você passa a cooperar para a construção de um clima mais saudável e a servir os seus colegas, clientes, fornecedores e quem mais cruzar o seu caminho.
É claro que os problemas do trabalho – que você por acaso enfrente – não vão desaparecer de uma hora para a outra. Mas, como sua motivação está transformada, a sua forma de enfrentar os desafios também muda! Imagine-se acordando todos os dias pensando em trabalhar para Deus? Acredite: as segunda-feiras não serão mais temidas.
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Que Deus te abençoe!
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